Preconceito e acolhimento
Imagino que nós brasileiros e em especial a grande maioria dos evangélicos, sejamos, em alguma medida, um tanto quanto preconceituosos.
Lembro-me de que quando eu tinha meus cerca de 20 anos, na igreja que frequentava na época, recebemos um pastor missionário sueco.
Este sueco, que já falava muito bem o português, tinha um sorriso contagiante e transmitia o evangelho de forma poderosa e sincera.
Mas o que ocorria era que ele tinha cabelos longos e o pastor da nossa igreja (que era sogro dele) insistiu para que ele cortasse os seus cabelos e evitasse a barba.
Me lembro que o sueco respeitosamente acatou a recomendação, mas não conseguiu entender o motivo pois em sua cultura, cabelos e barba são coisa muito pessoais e particulares, ninguém em sua cultura se atreveria a impor algo a esse respeito.
Pois bem, eu vejo exatamente dessa maneira, nós somos muito mal educados e autoritários quando desejamos impor aos outros algo que absolutamente não nos diz respeito.
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Nosso pastor por certo era um homem de Deus e zeloso para com todos nós, todavia quaisquer que fossem os motivos, tais o de que os jovens da igreja resolvessem seguir aquele padrão, por exemplo, não justificavam julgarmos que o sueco seria menos cristão por usar cabelos longos e barba.
Precisamos acolher o diferente com amor e respeitar o seu próprio espaço, pois ninguém poderia dizer que Jesus teria ensinado o contrário disso.
Ilustro este artigo com a foto do meu querido amigo Ederson, conhecido como “Dentinho”, pois é assim que ele gosta de ser chamado, pelo apelido carinhoso com que todos o conhecem como Tatuador.
Dentinho tem o direito de se vestir e de se tatuar como queira, inclusive em seus olhos, isso jamais tornaria a sua alma menor ou o seu coração inferior ao meu ou ao seu querido leitor.
Deus o Criador e Pai das Luzes vê a verdadeira luz interior que todos carregamos.
Carecemos de tolerar mais, acolher mais, respeitar mais.
Precisamos enxergar as pessoas com o olhar que Jesus teria por meio de nós,l é o desafio.
A ação social nos impõe este tipo de conduta e pensamento para com todas as pessoas com as quais venhamos a nos relacionar.
Podemos ser diferentes e ter nossas próprias escolhas, e como é bom sermos respeitados e amados.
Por que seria tão difícil ver o outro da mesma forma?
Pr. Daniel Ferreira