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Micro-Teologia (por Daniel Ferreira de Souza)

O que é Micro-Teologia, a que se destina e como se aplica?

A visão tanto de micro quanto de macro não diferem em sua importância, embora à primeira vista possam dar uma idéia de menor ou maior ou ainda mesmo de mais ou menos relevante.

Existem momentos em que precisamos ampliar algo para compreender melhor seu sentido e outros em que, entretanto precisamos diminuir para poder enxergar e definir melhor uma mesma verdade.

Deus não é tão complexo de se entender como algumas igrejas o apresentam em nossos dias, e a sua Palavra nos mostra que Ele pode ser simultaneamente um Deus infinito em ambas as direções, ou seja, maravilhoso em sua manifestação a ponto de se mostrar tão vasto como o universo e ao mesmo tempo fazer morada dentro de um ser tão pequeno quanto é o próprio homem.

Este texto não pretende ser algo extenso ou complexo, pois até mesmo seria incoerente com o seu propósito, que é o de focar uma teologia extremamente simples e ao mesmo tempo podendo ser complexa, ou seja, mostrar uma essência seguida de consistência.

Não somos portadores de uma nova teologia, mas talvez apenas de um novo olhar sobre a teologia existente, e aliás, o que poderia ser definido  exatamente como “teologia”?

Teologia significa, em qualquer dicionário de nossa língua portuguesa, o “estudo das questões referentes ao conhecimento da divindade e de suas relações com o homem” (Dicionário Aurélio).

Assim sendo qual seria então a base de conhecimento de Deus da Igreja moderna e sobre o que se alicerça este conhecimento bem como sua própria relação com este Deus revelado?

Talvez nosso enfoque seja até considerado apenas filosófico, mas será que o “apenas filosófico” cabe a algo tão grandioso e que dá origem a tudo o mais, pois na verdade todas as ciências se originaram da “filosofia”, ou seja, do ato de se buscar entender as coisas e se utilizar deste entendimento, deste saber, em nosso próprio favor e da humanidade.

Micro-Teologia, portanto talvez seja exatamente se fazer o caminho inverso na busca do grande conhecimento, caminho este que a própria ciência usa para entender as coisas grandes buscando tão somente observar e entender melhor as tidas como pequenas, ou ainda podemos dizer que consiste simplesmente em ampliar a visão sobre as coisas pequenas, para então entender o conjunto, o todo, mesmo que isso possa nos mostrar que de fato não existem coisas pequenas em significância, uma vez que seja tudo parte de um todo.

Certa feita assisti a um vídeo muito interessante em que alguém teve a feliz idéia de, a partir de um ponto qualquer, neste caso de uma simples folha, ampliar milhares de vezes aquela visão em direção ao infinito e em seguida e na mesma proporção olhar para o próprio objeto (neste caso a folha) no sentido inverso.

Isto seria uma macro-visão seguida de uma micro-visão, o que nos remete a um pensamento filosófico interessante: “assim como é embaixo é em cima”. (Conceito de Microcosmo e Macrocosmo), sob uma ótica mais científica e menos mística.

E para nossa surpresa descobrimos que não existe nem uma nem outra visão que possa fugir da presença do Deus criador de todas as coisas, e nos faz entender o fato de que Deus está em qualquer lugar, em qualquer ser, em qualquer ponto do universo e em qualquer dimensão, volume ou intensidade que possamos em nossa limitação humana compreender.

A partir desta visão de universo nos deparamos com uma Igreja atual que nos parece voltada somente para uma “macro-visão”, como se todos nos utilizássemos de um poderoso telescópio em direção aos propósitos da igreja e assim vemos  diante de nós, meros cristãos e homens do século XXI uma Igreja tão vasta e variante que custa a ser até mesmo compreendida pela maioria de nós, como se para crermos ou vivermos como cristãos precisássemos até mesmo de nos tornarmos, todos nós,  “cientistas cristãos”.

O que pretendemos abordar aqui é apenas um conceito simples que, por este motivo se o tornássemos algo complexo e ilustrado a partir de centenas de referências bíblicas já não seria mais uma micro-visão e sim uma macro-visão.

Contudo antes de abordar o assunto vejamos mais um exemplo do que será apresentado: existe um simples livro, como algumas páginas, que define toda uma nação em seus objetivos e métodos, Carta Magna, da Constituição.

Uma Constituição, portanto poderia até ser vista como uma “micro-visão” de uma nação, uma vez que ao lermos este livro de leis e princípios podemos desenvolver centenas de caminhos (metodologias) para que se atinjam os objetivos propostos.

Assim sendo, em nosso modesto raciocínio e por meio de uma “micro-teologia” pretendemos, e para tanto partindo de apenas quatro preceitos bíblicos, definir a Igreja e seus propósitos, procurando assim distinguir “teologia” de “metodologia”.

Pois bem, atualmente ocorre com frequência um fato curioso, ou seja, a cada procedimento que é criado dentro de um contexto qualquer e de uma comunidade qualquer especificamente para o desenvolvimento de uma Igreja local, este tal  método passa a ser apresentado ao resto do Corpo de Cristo na forma de uma “nova teologia”, (como se fora uma nova revelação ou um novo tipo de relacionamento com Deus) mas será que sob uma ótica mais objetiva representaria isso mesmo?

É exatemente isso o que questionamos em nosso pensamento simplista e ao mesmo tempo grandioso, dependendo de qual sentido se tome para olhar, contudo tendo o mesmo peso, pois para o Deus que compara uma alma ao “mundo todo” certamente não existe coisa de menor importância, tudo é grande, tudo é maravilhoso.

Concluindo o nosso pensamento passemos então a definir o que seria a Micro- Teologia.

Se pudermos juntar alguns pensamentos e passearmos pela Bíblia Sagrada, poderíamos resumir a “micro-teologia” em pelo menos quatro pontos imprescindíveis para a existência de uma Igreja, a saber:

1-UNIDADE

2-SANTIDADE

3-SERVIÇO

4-EXPANSÃO

Objetivando ainda meditar sobre esta ótica de forma objetiva e prática não citaremos, portanto dezenas de versículos bíblicos para embasarmos este conceito, pois além de nem mesmo ser necessário nos tornaria prolixos e complexos ao explicar o óbvio.

UNIDADE: “para que “todos” sejam UM…”. (Jo. 17:21)

SANTIDADE: “não são do mundo…” (Jo. 17:16)

SERVIÇO: “amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. (Mt. 22:39)

EXPANSÃO: “fazei discípulos de todas as nações”. (Mt. 28:19)

Se a nossa igreja ou denominação viver estes simples preceitos, aqui demonstrados como “micro teologia”, ainda que possamos simultaneamente possuir verdadeiros “tomos” de literatura adicional, de regimentos, de estatutos, e até mesmo de metodologias, tudo entretanto poderia proceder destes e, sobretudo deveriam harmonizar-se a estes citados conceitos, como verdadeiros preceitos basilares dos quais toda percepção e ação deveriam proceder.

Infelizmente em muitos casos isto não ocorre, visto podermos encontrar freqüentemente algumas igrejas ou até grandes movimentos, que sejam embasados em qualquer coisa, menos nestes preceitos tão simples e tão básicos.

Nos perguntemos pois, o que uma Igreja sem santidade, sem unidade, sem serviço e ainda sem crescimento poderia fazer de fato pelo evangelho do Reino, ou pela própria sociedade?

Misturam-se assim metodologias com teologia e daí a coisa toma rumos até mesmo incompreensíveis, como se cada igreja, ao contrário de falarem uma única linguagem, a do Espírito Santo e a do Evangelho da Salvação, criasse para si dialetos e assim, ao passearmos pelo reino de Deus nesta terra, teríamos de nos tornar um tipo de cristão para cada situação e para cada meio em que estivéssemos, alguns dos quais até completamente alheios a própria essência da mensagem do Evangelho e do seu autor, Jesus Cristo, nosso Salvador.

Quando procuramos, como igreja, desenvolver um “credo” justamente tentamos remover todos os nossos costumes e peculiaridades como igreja local e extrair destes apenas os nossos princípios, os chamados “princípios de nossa fé”.

Entretanto quando pretendemos mostrar exatamente nossas diferenças ao invés de nossas afinidades, nos tornamos arrogantes em nossas metodologias adotadas como igreja e, pior que isso, intolerantes para com o próprio povo e Igreja de Deus.

Ao focarmos aqui algo a que denominamos “micro-teologia” nos voltamos apenas para o que nos une, nos fortalece e nos permite caminharmos juntos, ou seja, a simplicidade e objetividade do nosso Mestre Jesus!

Querido leitor, rogo a Deus que você assim como eu, a partir desta visão que poderíamos denominar de microscópica, possamos considerar a simplicidade do evangelho e a necessidade de nos unirmos em torno desta simplicidade como povo de Deus, como igreja de Jesus Cristo.

Enxerguemos sim e amemos a nossa própria denominação, mas enxerguemos, sobretudo a Nação Santa que é a Igreja, a Noiva de Cristo, composta de diferenças sim, mas apenas no que tange a metodologias e costumes, nunca em relação a nossa essência que é o Evangelho de Jesus Cristo.

Que o Senhor Jesus nos ajude a não nos tornarmos construtores de uma nova Torre de Babel e desta feita dentro da própria Igreja instituída pelo nosso Salvador Jesus Cristo, pois existem discrepâncias, animosidades e intolerância até mesmo entre igrejas de uma “mesma denominação”.

Concluo no ensejo de que este pequeno texto, mas que na verdade poderia até mesmo ser motivo de um livro, possa despertar tão somente a nossa percepção de unidade, como cidadãos do mesmo Reino e sob as mesmas leis que nos regem segundo um objetivo comum, a Glória de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Irmão Daniel Ferreira de Souza

AGEAS – Agencia Evangélica de Ação Social  – www.ageas.com.br Contato:  (16) 3017-1904 Franca- SP

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Pr. Daniel Ferreira

Sobre o pastor Daniel Ferreira de Souza: – Pastor (1985) na Church of God in Christ) - Atualmente atua administrativamente na Sede da Convenção Estadual das Igrejas O Brasil para Cristo no Estado de São Paulo em Arujá. – Casado com a Missª Irene ha 41 anos, são pais de Fabio (39) e Keila (35) e avós de Caio – Bacharel em Teologia (FTSA) – Psicanalista Clínico – Escritor e Palestrante.

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